Carbono Zero é assunto de painel que discute sobre sustentabilidade
No atual cenário desafiador das mudanças climáticas, diversas são as ações que estão sendo adotadas para um mundo mais sustentável. Uma das iniciativas praticadas é a busca pelo Carbono Zero, que contou com o painel “Carbono Zero: a contribuição das engenharias para o Brasil”, durante o terceiro dia (10/8) da 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea).
A primeira palestra do painel contou com a participação do eng. agr. Francisco Guedes Alcoforado, pesquisador da Embrapa/diretor de Inovação Pública do Piauí, para dissertar sobre o “Uso de tecnologias ABC. A agricultura com baixa emissão de carbono”. Reduzir a emissão de carbono no setor agropecuário é a meta definida pelo Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+, para o período de 2020–2030.
Sobre sua temática, Francisco Guedes explicou aos presentes sobre as tecnologias da agricultura com baixa emissão de carbono, a fim de contribuir com a redução dos efeitos da mudança climática, especialmente, no bioma da caatinga. “Demonstrei um pouco a contribuição da Agronomia, revivendo, desde o ano de 1910, a criação do DNOCs com suas importantes obras para o Nordeste, passando pelas tecnologias de convivências com o semiárido, a Agroecologia, e passando pelo início desse século com as tecnologias desenvolvidas, no Brasil e no mundo”, afirmou. O engenheiro ainda explicou sobre um estudo de caso que teve a satisfação de contribuir no Piauí.
Fixação de carbono nos sistemas agrícolas sustentáveis
Na sequência, apresentou-se no palco o diretor/consultor em Biotecnologia Agrícola, o eng. agr. D.Sc. Celso Katsuhiro, com o tema “Fixação de carbono nos sistemas agrícolas sustentáveis pelo manejo da microbiodiversidade e uso de bioinsumos”. Katsuhiro expôs sobre TMT/SysBioAgroPec, um sistema de sustentabilidade que combina o manejo da microbiodiversidade com o uso estratégico de bioinsumos.
“Já praticamos esse modelo de manejo com a Emater do Distrito Federal, pois esse órgão já é direcionado para a extensão rural, aos pequenos produtores familiares. No entanto, para a pesquisa, muitas pessoas ainda não aceitam esse processo de produção de manejo integrado. Apesar de produzir vinho, pão, cerveja, eles não conseguiram trazer essa vida para o sistema agrícola. Então, a gente incorporou esse processo e conseguimos, assim, dar qualidade à produção. Então, já realizamos esse modelo há 40 anos, contudo a academia ainda não está tão aberta a esse processo. Como resolver isso? A gente tem que entrar nas instituições de pesquisa para orientar e fazer com que as pessoas enxerguem esse novo processo e, posteriormente, difundi-la na agricultura”, concluiu.
Biogás: a tecnologia das energias renováveis
Concluindo a sequência de palestras, foi a vez do eng. mec. Marco Aurélio Cândia Braga, com sua apresentação sobre o “Biogás: a tecnologia das energias renováveis”. O palestrante explicou como esse recurso é derivado de processos biológicos naturais e como a tecnologia do biogás pode revolucionar o cenário energético.
Embora o biogás seja uma alternativa rumo a um futuro mais limpo e consciente, Marco Aurélio reflete que essa energia sustentável ainda não é muito explorada. “As pessoas não têm consciência de que o resíduo tem valor, pois se você coloca uma placa solar na sua empresa, todo mundo vê. Agora, se você separa o seu resíduo e faz biogás com ele, você gera energia, mas ninguém vê. Temos que difundir melhor para fazer com que as pessoas abracem o biogás”, concluiu.
Ao final do painel, os palestrantes foram agraciados com seus respectivos certificados pela participação no evento, entregues pelas mãos do conselheiro federal eng. agr. Cândido Carnaúba Mota.
Reportagem: Anna Jescika (Crea-PI) Edição: Henrique Nunes (Confea) Equipe de Comunicação da 78ª Soea Fotos: Studio Feijão & Lentilha
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